Missões | Novo corte ilegal no Parque Provincial Piñalito, em San Pedro, revela a expansão silenciosa do desmatamento em áreas protegidas

Missões | Novo corte ilegal no Parque Provincial Piñalito, em San Pedro, revela a expansão silenciosa do desmatamento em áreas protegidas

O avanço do desmatamento em áreas protegidas ficou mais uma vez evidente esta semana no Parque Provincial Piñalito Sur, em San Pedro, onde o Ministério de Ecologia e Recursos Naturais Renováveis ??confirmou um novo caso de extração ilegal seletiva de madeira. O evento ocorre num contexto de crescente preocupação com a fragilidade do sistema de controle ambiental nas áreas rurais e fronteiriças, onde a escassez de recursos, pessoal e logística limita a capacidade de vigilância contra organizações criminosas organizadas para roubar madeiras nativas e comercializá-las no mercado negro em conivência com proprietários de serrarias.

O parque provincial, localizado na Estrada Nacional 14, no acesso sul e a cerca de 50 quilómetros de Bernardo de Irigoyen, já estava sob investigação por outro roubo de madeira detectado em Janeiro deste ano, que envolveu proprietários de serrações locais. Agora, um novo episódio compromete mais uma vez a segurança da área protegida. Segundo o comunicado oficial, a intervenção da Ecologia foi acionada após uma investigação que teria detectado movimentos suspeitos no interior do parque. Por meio de fiscalização in loco, os técnicos identificaram setores com indícios de extração seletiva de espécies nativas. No entanto, a agência não especificou quais espécies foram derrubadas. Para os guardas-florestais e moradores da área, porém, o estrago já estava feito. Fontes consultadas alertaram que, devido ao tipo de árvores derrubadas e ao volume estimado - mais de 20 rolos de espécies duras e valiosas - a operação exigiria dois ou três dias de trabalho, pelo menos três caminhões, pessoal para virar os exemplares, motosserras, planejamento prévio para a seleção dos exemplares extraídos e condições climáticas favoráveis. Há toda uma organização por trás disso. E ninguém ouviu ou viu nada na área, quando um abate deste tipo não passa despercebido. Se houvesse uma vigilância real e recursos suficientes como diz a Ecologia, estes crimes ambientais poderiam ser evitados, salientaram. O contraste entre a magnitude do crime devido aos danos causados ??pelo abate de árvores num parque provincial e a reacção oficial alimentou questionamentos nas redes sociais e grupos de guardas florestais, que denunciam que enfrentam um contexto de insegurança laboral, falta de combustível, veículos e equipamentos, bem como a impossibilidade de realizar patrulhas eficazes nas zonas fronteiriças. “Registramos árvores já derrubadas, mas nunca responsáveis”, lamentam. Afirmam que os tempos festivos, como os que se aproximam do final do ano, são quando os criminosos mais aproveitam porque entendem que são “zonas libertadas” devido à leveza dos controlos e operações de patrulhas e rastelos na selva. Uma modalidade difícil de detectar, mas possível de prevenir A extração seletiva ilegal é quando o criminoso realiza a derrubada apenas das árvores de maior valor comercial sem criar clareiras visíveis na floresta, o que dificulta sua detecção por meio de imagens de satélite. No entanto, os especialistas sublinham que a fiscalização territorial sustentada, aliada ao controlo do tráfego florestal e à rastreabilidade real da madeira, permitiria acabar com estas práticas. As perguntas são então repetidas: Como os caminhões carregados conseguem sair de um parque provincial sem serem detectados? Como essa madeira entra no circuito comercial sem guias florestais digitais? Quem controla a matéria-prima que entra nas serrarias de San Pedro, Irigoyen, San Vicente, El Soberbio? Existe cumplicidade na cadeia de controle? O local afetado fica próximo a uma propriedade privada que já registra dois casos ativos de ocorrências semelhantes, o que aumenta as suspeitas sobre o funcionamento de redes de coleta e contrabando de madeira nativa. Uma área de altíssimo valor ecológico ameaçada Estão ligados os alertas de quem conhece o valor ambiental do Parque Provincial Piñalito, com 3.800 hectares, é um dos enclaves de maior valor ecológico da Floresta Paranaense. A área protegida é Classificada como Categoria Vermelha no planejamento territorial, é uma área imaterial onde a extração de mata nativa é totalmente proibida. O parque constitui um corredor chave de biodiversidade, abriga pesquisas sobre espécies ameaçadas – como o macaco carayá vermelho, em risco crítico globalmente – e se conecta com outras reservas públicas e privadas da região. Apesar de sua importância, a área conta com apenas um posto de guarda-parque e três agentes distribuídos em rodízio. Em Janeiro deste ano, outro caso de exploração madeireira selectiva levou a uma investigação interna e à transferência de pessoal dos postos, embora o resultado do resumo nunca tenha sido divulgado publicamente. Denúncia formal e dúvidas persistentes Após esta nova descoberta, a Ecologia apresentou queixa à Diretoria de Defesa Ambiental da Polícia de Misiones e iniciou um processo por violação das leis de Áreas Naturais Protegidas (XVI-Nº 29) e Florestas (XVI-Nº 105). Contudo, organizações ambientais e moradores locais questionam a eficácia das operações. Na semana passada, o próprio ministério informou sobre sobrevoos preventivos sobre áreas naturais protegidas da Reserva da Biosfera Yabotí e “não detectaram nada de irregular”. Poucos dias depois, a derrubada foi confirmada.Para especialistas, o caso expõe um problema estrutural:• • sistema de controle sem recursos suficientes,• • operações reativas e não preventivas,• • falta de rastreabilidade real da madeira nativa transportada,• • e possível conluio na cadeia de extração e transporte• • Estamos lidando com criminosos organizados, com logística e conhecimento do terreno, e apoio de autoridades competentes. Sem presença territorial contínua e sem forças de segurança coordenadas, a selva permanece indefesa, destacam fontes do sector. • Enquanto os roubos se repetem e os recursos públicos são consumidos em operações ineficazes, a pressão sobre um dos últimos refúgios da Selva Misiones cresce sem restrições e põe em risco o futuro dos ecossistemas protegidos de Misiones.

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