Resina de pinho | Inovação e desenvolvimento de uma atividade dinâmica e de alta produtividade na Mesopotâmia Argentina
“Nos últimos 10 anos, a produção tem registado um crescimento que merece destaque, tanto na produção, na exportação, e com processos de inovação nas técnicas de extracção e colheita, como na comercialização internacional”, diz o produtor e consultor florestal Matias Gyukits.
A produção de resina de pinus é uma atividade que cresce e se desenvolve na Argentina e no mundo. Está a modernizar-se e a caminho de assumir um papel de liderança na substituição do petróleo. O país não só cresce em área, como também atrai investimentos florestais e industriais.
A resina de pinho possui registros imemoriais de seu uso. Está documentado que Noé já o utilizou para impermeabilizar seu barco. Na Argentina ainda não existe há um século e nos últimos 10 anos experimentaram um crescimento que vale a pena destacar.
Segundo dados oficiais publicados por ArgentinaForestal.com em 2022, o setor de resinas em Corrientes registrou um total de 12 milhões de plantas de Pinus elliottii para atingir uma produção anual de 35.000 toneladas de miera, e gera 3.000 empregos diretos na área rural, e AFoA Corrientes estimou a possibilidade de o sector florestal da província pelo menos duplicar a produção nos próximos cinco ou sete anos.
O setor de resinas é um elo importante em termos de exportações, em 2021 exportou um total de US$ 45 milhões entre produtos de resina, breu e terebintina. Isto representou um aumento de mais de 130% considerando os valores exportados em 2020, que foram de USD 19 milhões. Claramente, estes números demonstram que o setor de resinas tem uma participação importante nas exportações do setor.
Entre Corrientes e Misiones (em menor proporção), existiriam um total de 20 empresas dedicadas à extração de resinas.
As vantagens da resina argentina
Você pode ler na mídia especializada como em outras regiões como as inovações são alcançadas e como a atividade é modernizada. E neste aspecto a Argentina não fica atrás.
Enquanto na China e na Europa a atividade diminui em área, na América do Sul, especialmente no Brasil e ainda mais na Argentina, ela cresce em área e quantidade, além de melhorar a cada dia sua produtividade.
Na China, o valor da mão de obra já não torna mais viável economicamente a produção de resina de pinus, e as áreas de produção vão saindo gradativamente, o que leva as fábricas chinesas a procurarem resina bruta no resto do mundo, e encontram na Argentina uma resina de qualidade a preços competitivos.
Poderíamos pensar que a mão-de-obra na Argentina é mais barata do que na China. Poderia ser. No Brasil certamente não. O que determina a competitividade da América do Sul no mercado internacional de resinas não são os seus baixos custos absolutos, o que não são, mas a sua alta produtividade e uma dinâmica que lhe permite capturar valor agregado.
E a produtividade na Argentina é ainda maior que no Brasil. As árvores produzem mais graças a anos de pesquisa e desenvolvimento de árvores superresinosas que o INTA conseguiu em conjunto com o setor privado, e praticamente duplicam a genética brasileira.
A produtividade do trabalho é maior na América do Sul porque as técnicas de extração são mais eficientes.
A logística é ainda mais eficiente na Argentina do que no Brasil, visto que o sistema possui transporte especializado.
Inovações em andamento
Você também pode ler na mídia especializada que inovações surgem em outros países para reduzir custos, aumentar a produção ou melhorar a qualidade. Nisto o setor na Argentina não fica atrás, só que muitas destas inovações provavelmente não poderão aparecer em publicações abertas ao público em geral, dado que o quadro institucional não protege a propriedade intelectual como em outros países.
Assim como no Brasil foi desenvolvida uma máquina para acelerar as coletas, na Argentina foi desenvolvida uma máquina com motor a explosão para melhorar o desroñado, o que permite maior produção diária e com melhorias muito importantes na ergonomia da tarefa.
Também se avança com bons resultados, ainda não totalmente satisfatórios, em novas técnicas de extração, que permitem a colheita sem elementos estranhos como folhas, casca ou sujeira, além de elevar a qualidade da resina, bem como o teor de terebintina, elevando diretamente o valor do produto colhido.
Embora esta técnica seja retirada de um artigo de uma universidade dos Estados Unidos, a implementação, os testes e as melhorias foram feitas silenciosamente por empresas privadas na Argentina, e não no Brasil, por exemplo.
Outra inovação comercial é o surgimento no mercado mundial de resina para instrumentos de corda desenvolvida por uma empresária que até então estava fora do setor. Conquista muito importante para o setor, demonstrando que não só tem futuro como commodity, mas também é possível desenvolver especialidades de baixa escala voltadas para mercados e usos exigentes e de alto valor.
Se este exemplo for imitado pelos empresários locais, significará sem dúvida mais valor acrescentado na origem, mais mão-de-obra local dedicada a produtos de elevado valor acrescentado e um contributo substancial para o desenvolvimento local.
Pequenas ideias: a cera depilatória utiliza 80% de resina de pinho. A cola nos rótulos dos frascos é praticamente resina de pinho.
Que outra utilização inovadora pode ser dada a estes produtos ou que procura específica de produtos naturais pode ser satisfeita com isso nos mercados locais ou internacionais?
A indústria e a industrialização também não ficam atrás. Cada vez mais empresas investem em linhas de produção a poucos quilómetros das áreas de produção. Ainda graças a colaborações público-privadas, desenvolveram linhas de produção para uma segunda transformação da terebintina, um dos derivados do extrato de pinheiro.
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